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"Uma casa com cheiro de pão é o primeiro livro de Érica Sarsur.

Na trajetória de vida da autora, muitas línguas, culturas e identidades de diferentes origens se cruzaram. Neste livro, ela faz um mergulho na história de uma família síria, trazendo para o leitor uma viagem de muitos quilômetros, uma travessia de navio, até a chegada ao porto do Rio de Janeiro. Depois da travessia física, novas travessias se impõem aos personagens, que passam a construir sua vida em terra nova, sem deixar para trás seus costumes, sua língua, sua comida.

 

São três vozes, três gerações. A casa com cheiro de pão é o espaço da memória, do afeto, do amor. O cheiro do pão permeia toda a história, convidando o leitor a sentar-se à mesa, a participar dos lanches de sábado na casa de Vovó Cida. O pão carrega a representação de todos os outros alimentos postos à mesa e da transmissão dos saberes, de geração em geração."

(Texto da quarta capa da obra)

Este livro nasceu do profundo desejo de fazer um mergulho na história da minha família, mas não com um olhar jornalístico ou documental. Antes de escrevê-lo, tive inúmeras experiência com outras comunidades de imigrantes: italianos, poloneses, ucranianos, croatas... no contato com o Outro, pude conhecer formas diferentes de manifestar uma cultura de herança. E também percebi jeitos diferentes de se identificar como descendente.

 

Ver o Outro me levou a olhar para mim. Então decidi que, assim como mergulhei na história da imigração de outros povos, assim como escrevi a história de uma instituição centenária que abriga corações vindos de outros cantos do mundo, era a hora de olhar para as minhas raízes, nomear as minhas origens e me apropriar da minha herança.

 

As pesquisas em línguas e culturas de herança foram um farol que me proporcionou reflexões e um olhar mais aguçado para perceber os fios tênues que unem os membros dessa família, dentro de um contexto maior, que é a Colônia Síria de Belo Horizonte, que, por sua vez, é parte desse dito "Mundo Árabe"... E cada uma dessas esferas é composta por pessoas, indivíduos com vivências diferentes, que desenvolvem diferentes formas de olhar e viver o mundo.

 

O livro procura traçar essa história, trazendo para a superfície elementos às vezes submersos, como as relações familiares, que muitas vezes se desenvolvem no silêncio, pelo olhar ou em pequenos gestos; a comida como um elemento que agrega e alimenta - corpo e alma -, ligando delicadamente todas as pessoas que sujam suas mãos na mesma farinha ou que se sentam juntas à mesa.

O processo de escrita se baseou em visitas a familiares e entrevistas que procuraram fazer emergir lembranças, cenas, sentimentos, cheiros, gostos e texturas. Uma imensa riqueza nasceu desses encontros, dessas longas tardes em torno da mesa e de uma grande árvore genealógica, que foi o fio abridor-condutor-e-fechador de toda essa construção.

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